Quanto tentar é tudo o que se pode fazer
Definem-se objetivos, delineiam-se planos e luta-se por isso. Faz-se trinta por uma linha e mantém-se o pensamento otimista. Sonha-se alto e cruza-se os dedos. Tenta-se, tenta-se, tenta-se.
Mas a partir de um certo ponto percebe-se que as coisas já fugiram ao seu controlo. E para controlar o que na verdade não se controla, agarra-se a mitos e superstições. Leva-se a crença no determinismo ao extremo, porque isso é mais fácil do que aceitar que se falhou. Diz-se que tudo acontece por um motivo mesmo quando o motivo parece não existir. Pedem-se desejos quando se vê números iguais e repetem-se rituais para dar a sorte querida que parece andar desaparecida.
Quando o controlo já depende do outro, vê-se que até aí tentar era a única coisa que se podia fazer. E fez-se! Não se pode monesprezar isso.
Afinal, se tentar é tudo o que se pode fazer, então será tudo isso que se fará.
E é nesta tentativa constante que se pode encontrar paz - não num mito qualquer que só diz o que se quer ouvir. A tranquilidade de que tudo se fez encontra-se na resiliência de quem nunca parou de fazer o que se pode: tentar.
M