Quando o sol se põe
Com o fim do meu ERASMUS a aproximar-se, não consigo evitar senão pensar em como tudo começou.
Demorei dois dias a chegar ao meu destino, devido a um voo cancelado e outro desviado pelo nevoeiro. Nesses dois dias estive em 4 países, apanhei 2 aviões, 1 camioneta e três comboios. Parece que vim para algum lugar distante e inacessível, mas não. O destino final foi a bonita e verde cidade de Liubliana, a capital da Eslovénia.
O segundo comboio que apanhei levou-me de Trieste até à fronteira de Itália com a Eslovénia e permitiu-me ver, pela primeira vez, o Mar Adriático, ainda que com alguma distância.
A certa altura, todos os passageiros começaram a olhar para a janela do lado direito, porque nada mais importava sem ser apreciar aquele pôr-do-sol tão bonito sobre o oceano. Esse pôr-do sol marcou não só o fim daquele dia, como também o fim dos meus longos e intensos dois dias de viagem.
Há uma certa conotação negativa associada ao final das coisas. Mas um fim implica sempre um início, e um início é, muitas vezes, o começo de algo bonito. Uma experiência termina, abrindo portas a novas e melhores oportunidades de aventura. O sôl põe-se e dá lugar à possibilidade de um belo céu estrelado.

O início que eu tive depois deste pôr-do-sol compensou todos os imprevistos dos dois dias anteriores. Aquele fim foi o início de uma bela viagem.
É clichê, eu sei, mas todos os pôres-do-sol me fazem pensar em como os fins podem ser coisas bonitas. E depois do fim o que é que sobra? O início de tudo.
M