Quando falta a coragem
Usamos e abusamos da desculpa de que não temos coragem. Sem darmos por isso, construímos à nossa volta uma espécie de escudo, uma proteção de tudo aquilo que faríamos se... Não fosse essa coragem que não temos e já tínhamos ido, e feito, e dito.
Entretanto, arranjamos novos sonhos, mas rapidamente nos apercebemos que com eles vêm também novos medos. E voltamos a dizer que não dá. Quando nos perguntam porquê, a resposta vem fácil: não tenho coragem.
E a história vai-se repetindo.
Esta narrativa pode mudar se percebermos uma coisa: a coragem não é - nem tem de ser - a ausência do medo. O medo paralisa, é certo. O medo diz-nos que é mais fácil e mais seguro ficarmos parados no mesmo sítio, do que irmos fazer o que tanto gostávamos. Mas é a coragem que nos dá a astúcia de dizer vou com medo, mas vou. É a coragem que nos faz dar o salto e nos permite arriscar.
O que farias se tivesses coragem? As respostas sinceras abrem um espacinho entre o escudo que nos protege desta ideia de que a coragem é tudo que é preciso, e nos permitem entrar num mundo ideal, onde não falta coragem, o medo não tem lugar, e todos os objetivos e sonhos se concretizam.
Podemos saber de cor a resposta a esta pergunta. Mas é o que fazemos com ela, depois, que realmente conta.
E quando falta essa coragem?
Vamos sem ela.
M