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Designing My Dream Life

18 de Outubro, 2024

Pelos olhos de um turista

No passado fim-de-semana, com a visita de uma amiga, tive a oportunidade de explorar e descobrir o Porto pelos olhos de um turista. Pensei no que lhe queria mostrar, ouvi o que ela achou e vi todos os outros tantos turistas a passear. Naturalmente, tinha de vir aqui e usar essa experiência como fonte de inspiração.

O tempo prometia de ser chuva, mas sábado de manhã o sol começa a espreitar por entre as nuvens. De manhã, na Foz, um turista começa o dia com calma e tranquilidade com um divertido jogo de mini-golf. Passeia-se junto ao mar e, depois, junto ao rio, e aprecia-se a suavidade com que a temperatura vai aumentando, convidando todos a passar as próximas horas ao ar livre, e cancelar os planos feitos para dentro de 4 paredes.

À tarde, na baixa do Porto, um turista sente a cidade viva e cheia de gente. Vê as ruas com mil lojas de recordações, a agitação e a pressa de quem tem sempre algum sítio para estar. Visita o Mercado do Bolhão, fica encantado com o azeite, o atum e as sardinhas. Bebe um copo de vinho nas escadas enquanto apanha sol e ri-se sem preocupações no peito. Vai até ao Cais de Gaia - porque dizem ser o local com as melhores vistas para o Porto - e tiram-se fotografias ao postal que se tem perante os olhos.

Anda muito, anda a subir e anda no meio da confusão, com a vontade que não se apaga de querer perceber tudo o que o rodeia. Tenta descobrir um pouco sobre a história da cidade com os azulejos de São Bento e prova pasteis de nata, para ver se são tão bons como se diz.

No final do dia, é altura de ir ver o pôr-do-sol ao sítio onde todos os turistas se encontram - o Jardim do Morro.  Há música a tocar, bebidas a serem vendidas e uma multidão reunida para bater palmas ao fenómeno da Natureza que todos os dias acontece e diariamente continua a surpreender.

No dia seguinte, o sol volta a dar um bom dia caloroso, e o turista vai até à beira da praia. Come por lá, bebe uma sangria e deixa que o tempo passe sem passar por ele. À tarde, é altura de visitar o Palácio de Cristal - os pavões de lá são famosos, e as vistas panorâmicas sobre a cidade também. O turista aprecia a calma da Natureza que conseguiu encontrar no meio da metrópole animada, senta-se a ver o rio e pensa em como menos de quarenta e horas bastaram para se apaixonar pela cidade. 

O turista adora o Porto e a sua culinária - come bem, come muito e come com prazer. Recebe os sorrisos calorosos de quem orgulhosamente mostra a sua terra, e deixa-se levar no meio da multidão que vai aos sítios onde ele também quer ir.

É fácil perceber como é que o turista se deixou enamorar pelo Porto. É que o turista não vê as rendas caras, os transportes atrasados ou as ruas com lixo e falta de camiões de limpeza. Mas ainda bem - nós também preferimos que a cidade fique conhecida pelo seu encanto: o sol que acaba sempre por aparecer, as casas bonitas junto ao Douro, as ruas estreitas cheias de história e um centro que ainda vai conseguindo expressar a sua autenticidade.

Quando regressa a casa, o turista leva consigo uma cidade impressionante que o recebeu bem, uma cidade cheia de vida e energia que alegra por quem lá passa. E a verdade é que nós - os não turistas- por vezes esquecemo-nos de olhar para o que nos rodeia com estes olhos - os olhos de um turista que se apaixona pelo postal que tem à frente, a cada virar da esquina.

M

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