O verbo mais difícil
Pode ser difícil pedir desculpa - mas também pode ser difícil perdoar.
Mais difícil ainda fica quando esse perdão não nos foi pedido, mas sabemos que o temos de dar. Porque sabemos que só quando deixamos para trás o que passou é que conseguimos seguir em frente.
É que perdoar não precisa de ser só sobre o outro - é, também, sobre nós. É sobre nos libertarmos das correntes de ressentimento que nos prendem ao passado e nos fazem caminhar num presente pesado e doloroso.
Perdoar pode não ser fácil: exige muita força para deixarmos de lado todas as mágoas e dores de ontem para podermos abraçar um hoje mais calmo e pleno.
Perdoar pode não ser fácil, mas é necessário. Porque qual é a outra alternativa? Viver uma vida de ressentimentos em que o passado é que toma conta do nosso presente? Sermos prisioneiros das lembranças das dores sofridas, sem abertura para um presente feliz?
Outro dia ouvi alguém a dizer que a linha entre a felicidade e a infelicidade é, muitas vezes, o perdão. E isso deixou-me a pensar e fez-me escrever esta crónica.
Por vezes, é difícil cruzar essa linha - é difícil perdoar. Mas o outro lado está à nossa espera e é muito mais leve e mais livre do que uma vida sem perdão.
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