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Designing My Dream Life

16 de Outubro, 2023

O (des)conforto das rotinas

Umas vezes sem notar, outras de forma planeada propositada, vamos criando hábitos e rotinas, e apegamo-nos a eles porque trazem estrutura e autonomia à nossa vida. O que poupamos em energia de pensar o que vem a seguir, ganhamos em eficiência. Porque a resposta é fácil: é só seguir a rotina. E esta sensação de que sabemos com o que contar é agradável e dá-nos a ideia de que estamos, sem ter muito trabalho, em controlo das nossas vidas.

O problema, parece-me, surge quando as rotinas começam a fazer-nos viver em piloto automático. Quando os dias começam a ser todos iguais aos outros. Já não temos olhos que reparam no que realmente se passa,  e passa-nos ao lado o tempo que passou. Entretanto chega o final da semana e nem demos por ele chegar, e logo a seguir começa tudo de novo.

E aí começamos a pensar: até que ponto os hábitos nos prendem? E em que medida é que nos dão liberdade?

Dizia muitas vezes que gostava de ter uma rotina para poder fugir dela - decidir, de vez em quando, que me apetece fazer uma coisa diferente e mudar os planos de ordem e de lugar. E era quando marcava algo fora de horas que me sentia em verdadeiro controlo da minha vida: não só criei a rotina, como depois pude escolher sair dela.

Recentemente, com o começo do novo ano da faculdade, comecei a aperceber-me que os meus dias iam, inevitavelmente, começar a ser todos muito semelhantes de semana para semana. Então, combinei comigo mesma que só ia deixar o meu cérebro criar rotinas para alguns dias - os outros teriam como rotina o facto de não haver uma rotina definida. Nesses dias, posso dar-me ao luxo de escolher o que fazer. Desta forma, consigo permitir-me conectar com o que verdadeiramente sinto e quero, sem estar presa num automatismo que fazia passar todos os dias de forma igual uns aos outros. 

Quis contrariar a criação de rotina para me sentir livre. Mas ao pensar realmente no assunto, apercebo-me que toda esta liberdade de poder viver, às vezes, fora da rotina só é possível por todos os dias em que há uma rotina que me faz cumprir as tarefas de modo a sobrar tempo para o resto.

Ainda bem pelas rotinas então. Porque tenho visto que sabe muito bem poder apreciar o resto.

M

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