O Conforto dos Filmes Repetidos
Há uns tempos li que as crianças gostam de ver sempre o mesmo filme porque se sentem seguras a saber a história do início ao fim. Acho que com os adultos acontece o mesmo: há um conforto muito grande em vermos o mesmo filme pela segunda ou terceira vez. Sabemos como são as personagens, quais é que vamos gostar mais, e o que nos fará rir ou chorar.
Isto de sabermos com o que contar dá-nos, também a nós adultos, uma situação de segurança muito agradável que nem sempre (diria até - quase nunca) temos na vida fora dos ecrãs.
O conforto é um sentimento muito agradável ao ser humano. Por vezes, pode-se tornar tão agradável que ficamos preso nele - ficamos, como se costuma dizer, na nossa zona de conforto. Mas quando é que foi a última vez que algo de novo veio desse sítio? Claro, será desconfortável crescer e sair daí, porque nunca lá estivemos, mas será, também, muito gratificante.
Costumam dizer que a vida começa no fim da nossa zona de conforto. Não precisamos de ser tão extremistas - há vida dentro do confortável, e ainda bem! Que seria ser tudo novidade e desconhecido e desassossego?
Apesar do quentinho que é a nossa zona de conforto, há-de chegar a altura em que precisamos de escolher um filme novo, abraçar o desconhecido e arriscarmo-nos a dar esse salto.
Quando foi a última vez que fizeram algo pela primeira vez?
M