Mudança de Planos
Pegamos no mapa, olhamos para o destino final, temos um objetivo, traçamos um caminho.
Podia ser tão simples fazer planos na vida como o é na cartografia. Mas quando chega a altura de traçar um rumo na vida rapidamente nos apercebemos que não o é.
Olhando de frente, a vida começa a parecer uma estrada grande com atalhos feios, ruas bonitas sem saída e uma paisagem incrível à volta que nos distrai do percurso. E por mais planos que se façam - e por mais ação que se tenha nesse sentido - as coisas às vezes vão sair fora do nosso controlo.
Até um certo ponto, temos o direito da decisão, do controlo e da ação. Mas depois surge um cruzamento em que o livre-arbítrio parece ir em direção oposta e começamos a ser conduzidos por um eventual determinismo que parece desafiar todo o esforço tido.
E aceitar isto não é aceitar que tudo acontece por um motivo, ou que tudo acontece porque tinha de ser. É simplesmente perceber que a partir de um determinado momento as coisas saem fora do nosso controlo, e não importa o caminho que desenhamos no mapa vamos ter de tolerar fazer uns desvios não planeados.
O que fazer quando a vida vai num sentido diferente daquele para onde a estávamos a tentar levar? Perceber que - ainda assim - somos capazes de a enfrentar. Perceber que o que parece hoje o fim do mundo (que é como quem diz o fim da estrada) consiste apenas num desvio não planeado - que poderá, ou não, ser um sítio mais bonito, mas isso fica para depois.
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