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Designing My Dream Life

26 de Janeiro, 2023

Mel com Limão

M

Já escrevi aqui sobre finais, com ênfase em como eles são, na verdade, um novo início disfarçado. Também já escrevi sobre como as mais recentes últimas vezes me deixaram com um nózinho na garganta. A "teoria" é fácil sabê-la. Mas depois como é que lidamos com isto na vida real?

Hoje é o meu último dia de ERASMUS, e sinto uma mixórdia de sentimentos. Um misto de gratidão e felicidade, pela oportunidade incrível que tive. Nostalgia, pelos momentos que já terminaram. Um bocadinho de tristeza também, porque não queria nada que esta experiência chegasse ao fim. 

Custar-me tanto dizer adeus só demonstra o quão feliz fui aqui. Digo sempre que ter saudades é uma coisa boa, porque só prova o quão bom determinado momento foi. Nos últimos 4 meses tive uma soma enorme de momentos bons, e agora é altura de me despedir, e apesar de saber que vou ter saudades também sei que tudo termina.

Acho que há sempre um inevitável sentimento agridoce quando deixamos um sítio, não só porque deixamos para trás boas memórias, mas também porque, de certo modo, deixamos ainda a pessoa que fomos nesse período. E eu fui uma pessoa tão feliz aqui!

A parte doce passa, agora, por me focar no que aí vem e ultrapassar a tentação de viver a vida no passado a recordar tudo o que foi bom sem nada fazer por continuar a ser assim.

Diria que a palavra agridoce é a minha palavra preferida. Tem um som engraçado ao ouvido, e o sentimento que transmite é muito próprio do ser humano. A mesma experiência pode ser ácida e, simultâneamente, doce. Não tem que ser tudo preto-ou-branco. Não tenho que estar feliz-ou-triste por ir embora. Existe o cinzento. Posso estar feliz-e-triste.

O Winnie the Pooh tem uma frase muito bonita - e apropriada - que diz: quão sortudo sou eu por ter algo que torna dizer adeus tão difícil? 

Tive (e tenho) mesmo muita sorte.