Fui sozinha - e gostei!
Na semana passada, fui a um concerto de música que foi uma verdadeira obra de arte. Nunca tinha dito isto de um concerto, mas a verdade é que este foi mesmo algo de extraordinário. Não foi apenas um alinhamento de músicas (muito bem) cantadas: foi um planeamento cuidado, com imagens e uma produção de luz incrível, uma história a ser contada e uma execução estupenda.
Eu gosto muito de fazer coisas com os meus amigos e de passarmos verdadeiro tempo de qualidade, mas não gosto de parar de fazer o que quero por não ter companhia. Então, como queria muito ir ver este concerto e não conhecia ninguém que quisesse também, decidi comprar o bilhete e ir sozinha. E fiz muito bem: porque entre a alternativa de não ir ou ir sozinha, tomei mesmo a melhor decisão possível.
Eu sei que fazer coisas sozinhas tem alguma conotação se calhar "negativa" associada. Pensamos no que os outros vão pensar ao ver-nos sós, tememos o julgamento e surge o medo da nossa própria companhia. O segredo - já o descobri - é estarmos bem resolvidos dentro da nossa cabecinha. Porque, ao contrário do que podemos pensar, os outros não estão a olhar para nós - estão, também, preocupados com o que os outros outros possam estar a pensar.
Apesar de agora parecer (e estar) toda confiante, tenho de admitir que demorei a tomar a decisão de ir sozinha. Não porque não goste de fazer coisas comigo mesma, mas porque estava a insistir um bocadinho em ter pena de mim própria por não ter alguém com quem fazer o que tanto queria.
Mas ainda bem que fui: percebi que não há nada melhor do que termos a liberdade de querermos e escolhermos a nossa própria companhia e que a solidão (no melhor sentido da palavra) pode-nos trazer experiências extraordinárias, que de outro modo não teríamos.
Fui, cantei, dancei, chorei, ri, berrei e diverti-me imenso. E fiz isto tudo sozinha.
E sabem que mais?
Gostei.
M