Escolher ser feliz
A certa altura meti na cabeça que só o que eu deixava é que me punha triste. Depois disso, fiz um esforço mesmo muito grande para que assim fosse - se eu não quisesse, determinado assunto não me entristecia.
Mais tarde, mudei a minha maneira de ver as coisas: eu não consigo escolher o que é que me deixa triste, mas consigo escolher como é que reajo depois de estar triste. Agora tento, conscientemente, escolher não perder tempo a estar triste.
A vida segue - connosco ou sem nós. E que piada é que tem a vida seguir e nós ficarmos parados no mesmo sítio, a sentir pena de nós próprios por toda a tristeza que sentimos? O ideal é não ocuparmos o nosso tempo a estar triste, e a aprender a seguir com a vida apesar de nos sentirmos assim.
De todas as noites que, por qualquer que fosse o motivo, me pareceram o fim do mundo já me apercebi que no dia seguinte o sol volta a nascer e nós podemos tentar de novo. Claro que podemos acordar ainda tristes, mas mesmo nesse cenário há um novo dia pela frente e o mundo, afinal, continuou a girar.
Da mesma maneira que não podemos escolher o que nos deixa triste, acho que também não escolhemos o que nos deixa feliz. Contudo, podemos escolher propositadamente rodearmo-nos dessas coisas que descobrimos que nos trazem felicidade.
Brincar com o cão. Fazer colagens. Ir às compras. Passar tempo com as pessoas que gosto. Pintar um quadro. Arranjar o cabelo. Escrever para o blog. Ver o pôr-do-sol. Viajar.
Podemos escolher estar ocupados a ser feliz. Seguir com a vida estando feliz.
E, entretanto, descobrir que, afinal, conseguimos escolher ser feliz.
M