Em que língua fala o amor?
Dizem os entendidos que há 5 linguagens de amor: o toque físico, as palavras de carinho, o tempo de qualidade, os atos de serviço e a oferta de presentes. Claro está que os seres humanos não foram feitos para caber todos numa caixa e em diferentes momentos e com diferentes pessoas podemos alterar a forma como comunicamos o nosso amor.
Não sou boa com palavras e emoções, nem toda a confusão que daí vem. Não gosto assim tanto que me toquem e aceito abraços de muitas poucas pessoas.
Por outro lado, adoro dar prendas - ou melhor, adoro fazer prendas e depois oferece-las. Gosto do processo criativo que acontece primeiro, e dá-me imenso gozo ver a ideia que tive a materializar-se. Quando termino, fico sempre contente com o resultado final e muito ansiosa para que a pessoa abra o embrulho (normalmente, feito com papel de jornal). Acho que este tipo de presentes tem muito mais valor do que o relógio mais caro que conseguimos encontrar numa loja, e é, para mim, uma maneira de mostrar o quanto gosto de alguém.
Apesar disso, acho que a minha linguagem preferida é definitivamente o tempo de qualidade. Adoro um bom jantar com os meus amigos onde a comida é ótima, mas a conversa é melhor. Uma tarde a pintar quadros com a minha avó. Um passeio pela baixa do Porto. Uma manhã a jogar Monopólio com o meu primo. Fazer biscoitos. Ir ver o pôr do sol ao jardim mais perto de casa. Gosto de fazer tempo para estar com alguém e, admito, gosto quando fazem esse tempo de volta para mim.
E será que pode uma relação (qualquer que seja o tipo) resultar com duas pessoas com linguagens de amor diferentes?
Na teoria consigo compreender: grande parte do amor é a adaptação e a cedência ao outro. Cada pessoa expressa amor de maneira distinta, e isso não quer dizer que o amor não esteja lá.
Mas e na prática? Como é que isso funciona?
Ainda estou para perceber.
M