É o que é
É o que é.
Esta expressão pressupõe um certo nível de aceitação fádica das coisas. Renega e torna desnecessário qualquer esforço que pretenda alterar o curso do destino a que, tacitamente, admitimos estar sujeitos quando da boca nos sai um deixa estar, é o que é.
Acho que ainda acarreta um certo nível de desculpabilização pelo decorrer dos acontecimentos - não foi como queríamos? É o que é. Não era para ser.
Em várias situações da vida, a postura ideal a adotar será mesmo esta de aceitação e resignação, transmitida pela curta expressão é o que é. E não há mal nisso. Até certo ponto, acredito ser q.b. saudável adotarmos esta perspetiva.
Por mais desconfortável e indesejável que seja, chega a altura de aceitarmos a realidade: há realmente coisas que fogem do nosso controlo, e temos de aprender a lidar com isso.
Não podemos é deixar que esta resignação seja em demasia: é preciso desenhar a linha entre o que é e o que, se calhar, podia não ser o que é. É importante encontrar esse espaço e lutar por ele - porque já se sabe: se não formos nós a lutar, mais ninguém será.
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