com*par*ti*men*tar
Será possível compartimentar diferentes áreas da nossa vida em caixinhas separadas, para nada se misturar e nada afetar - para o bem, ou para o mal - o resto? Umas vezes sei que não, outras quero acreditar que sim.
Somos um todo composto por diversas partes, mas até que ponto podemos deixar que elas se misturem todas? Porque de que importa a qualidade dos ingredientes de um bolo se o resultado final não é saboroso?
Às vezes olhamos para a nossa vida e tentamos organizá-la em gavetas devidamente identificadas. Cada área parece ter as suas próprias regras, a sua própria versão de nós, os seus próprios limites. É tentador acreditarmos que podemos manter tudo separado, como se esses compartimentos que inventamos se transportassem mesmo para a vida real. Mas será isso possível?
Acho que somos mais do que a soma das nossas partes, e inevitavelmente tudo se entrelaça e mistura de maneiras que nem sempre podemos controlar. É importante sabermos separar as coisas mas às vezes isso não é possível. Mas será que falhar na organização de uma dessas gavetas implica que somos uma confusão total? Fará sentido uma área da nossa vida afetar como (nos) vemos em todas as outras?
Tenho mais perguntas que respostas, bem sei.
Mas é que às vezes preciso mesmo de saber: será que dá para com*par*ti*men*tar?
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