Às vezes para o mundo
O dia corre mal e de repente parece o fim do mundo. Queremos que tudo pare connosco, para nos acompanhar no nosso silêncio e movimento estático.
No dia seguinte acordamos e descobrimos que, afinal, o mundo não parou e o sol voltou a nascer. E termina o dia, a Terra gira e o sol põe-se no horizonte. Nesse momento, todos param o que estão a fazer (e, desta vez, param mesmo) para ver o que acontece todos os dias e mesmo assim continua a surpreender.
A perspetiva é uma coisa engraçada. Estamos tristes e parece que o mundo acaba. De repente, estamos sentados numa esplanada e parece que é o sol que se está a mexer.
(Mas sabemos bem que o sol está sempre parado, e que nenhum dia mau há de durar para sempre.)
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