As melhores amizades
Os amigos são como um raio de sol que nos faz sorrir no meio de um dia de chuva. São a palavra certa na altura certa, e a piada errada no momento ideal que faz secar as lágrimas. São a calma quando somos tempestade, e são a alegria quando temos vitórias. Com sorte, os amigos são também reciprocidade - e tudo o que damos recebemos a dobrar, sem ser preciso exigir o que quer que seja.
Podia ser tudo sol e arco-íris: mas é que manter uma amizade assim - uma daquelas boas - dá trabalho. Exige dedicação, e um bocadinho de esforço. Organização de planos, vidas e preferências diferentes, cedências nas vontades de restaurante a escolher e empatia a dobrar quando falta paciência do outro lado. Manter uma amizade assim exige um ato consciente de trabalho - que fazemos com todo o gosto e quase sem custar.
As boas amizades são aquelas que percebem o que foi dito e o que ficou por dizer. Que olham para além dos defeitos porque nos aceitam assim mesmo - e que nos convidam a fazer o mesmo. São aquelas amizades que apesar de não estarem sempre alinhadas nem com as mesmas prioridades fica e aguentam o tempo a passar. As que ouvem as mesmas histórias vezes sem conta e entusiasmam-se de igual modo quando uma nova surge. As amizades que ficam felizes pela nossa felicidade e tentam afastar toda a tristeza - ao mesmo tempo que fazem por a compreender. Lembram-se do que queríamos esquecer e fazem memórias novas sem darmos por isso. Conhecem de cor a organização da nossa casa e o nome dos nossos pais. Passam pelos dramas em conjunto e riem-se deles passado uns anos. São sinceros e genuínos - e com eles podemos ser nós.
Mas acima de tudo, cada vez sinto e acredito mais que as melhores amizades são aquelas que curam o que não estragaram. (Que sorte tenho de ter umas assim!)
M