A vida ri-se
Fazemos planos e escrevemos resoluções. Imaginamos como queremos que a vida seja nos próximos tempos e achámos que a determinação e a esperança são suficientes para tudo se concretizar - e até podiam ser, mas a vida olha para esses planos e ri-se.
Entretanto passou um ano, vemos os planos que fizemos e que não se concretizaram - apesar de todo o esforço - e vimos como a vida olhou para o que planeámos e se riu. Decidiu seguir um caminho diferente daquele cuidadosamente delineado e pensado por nós. Nada foi como esperávamos e tudo nos passou ao lado.
E, se calhar, ainda bem. Convencemo-nos que tudo se passou como tinha de acontecer, porque essa opção é melhor do que a potencial tristeza sentida por não vermos os nossos objetivos e sonhos a concretizarem-se. Num ato de autodefesa e compaixão, fazemo-nos acreditar que cada desvio não planeado faz parte do que tinha de ser, e agora que olhámos para trás ainda bem que assim o foi. Deixamo-nos reconfortar com esse pensamento e dizemos a nós próprios que faz parte da vida aceitar as suas imprevisibilidades, e que temos de aprender a ir na onda.
Ainda assim, voltamos a fazer planos para o que aí vem. Planos que queremos mesmo que se concretizem.
E fazemo-lo com a esperança que a vida não se ria de nós, de novo.
M