A Natureza sabe o que faz
Numa das minhas muitas visitas ao Pinterest encontrei esta frase: Go outside to look inside (vai lá para fora para olhares para dentro). Uma amiga minha adorou e numa das minhas tardes de pintura decidi fazer este quadro para lhe oferecer.
Se nos quisermos re-centrar em nós próprios, há uma maneira muito simples de o fazer: sair à rua, sentir a relva nos pés, apanhar com sol na cara e respirar o ar puro. Na correria das cidades o tempo de pausa e calma é escasso. Os barulhos e as imensas atividades em simultâneo não nos deixam tempo para pensar e refletir, ou simplesmente só estar.
Uma coisa que me fez apaixonar pela Eslovénia foi a quantidade enorme de espaço verde que lá existia. Mesmo na capital, em praticamente todos os quarteirões conseguíamos encontrar um pequeno parque, que convidava por quem lá passava a parar e a contectar-se consigo próprio. Nos dias de sol esses espaços enchiam-se de pessoas a passear os cães, crianças a brincar nos escorregas e baloiços, e os bancos todos ocupados com amigos a conversar.
Esta dictomia natureza-cidade é tida em considerção no planeamento urbanístico de diversas cidades, e acho que é, sem dúvida, uma mais valia. Quando visitei Nova York fiquei maravilhada com a barreira criada entre as ruas cheias de carros e agitação e barulho e o Central Park, um jardim enorme cheio de árvores.
Entrar no Central Park é como entrar noutra dimensão, longe dos motores e ruídos da cidade.
Não é, claramente, à toa a existência destes espaços. Os Jardins de Luxemburgo em Paris, o Hyde Park em Londres, o Parque da Cidade no Porto ou o Tivoli em Liubliana (e tantos outros) conseguem todos atingir o mesmo objetivo: carregar no botão de pausa da agitação urbana e permitir que por quem lá passa se permita ter tempo para respirar, estar, e recentrar-se em si mesmo.
A natureza sabe o que faz - e é mesmo bom saber isso.
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