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Designing My Dream Life

09 de Setembro, 2024

A Arte e a Religião de mãos dadas #1

Adoro viajar, conhecer sítios novos e explorar cidades diferentes. Gosto de ir visitar todos aqueles pontos mais turísticos, quase como se estivesse a colecionar cromos para a caderneta de guia daquela cidade - desde pontes, museus, edifícios, esquinas de ruas bonitas e miradouros. Mas encontro um limite nesta lista de "sítios imperdíveis" - as igrejas.

Não consigo gostar de visitar igrejas com o objetivo de visitar arte, do mesmo modo que se visita um museu. E não é que não reconheça a beleza arquitetónica e interior desses espaços - isso nem está para debate!, mas enquanto local de culto e oração, não me agrada quando as igrejas são mais um item na lista de sítios a visitar na cidade escolhida como o nosso destino de férias.

Contudo, numa recente visita a uma catedral muito bonita em Saint-Omer, dei por mim a pensar que se calhar podia estar a olhar para o tema com uma mente mais fechada do que a que gostaria de ter. Em vez de criticar estas visitas de arte-e-turismo, devia tentar compreender todo o contexto para, quem sabe, aprender a valorizar a arte exposta nas paredes e altares de tantas igrejas incríveis espalhadas pelo mundo.

Decidi, então, começar a pesquisar sobre o assunto, e rapidamente me apercebi que este tema tinha panos para mangas para umas quantas crónicas aqui no blog. Assim, nasceu a ideia desta pequena coleção "De mãos dadas", que tem como objetivo perceber de que maneira é que a Arte e a Religião interagiram ao longo dos séculos.

Para começar, importaria definir o conceito de arte. Mas já vários filósofos o tentaram fazer, e a nenhum acordo se conseguiu chegar (aliás, este dilema de definição até já mereceu uma crónica neste blog). Ainda assim, é relevante relembrar que quando nos referimos a arte não falamos apenas da arte paradigmática da pintura cuidadosamente pendurada nas paredes de um museu para admiração pública. O conceito de arte engloba música, arquitetura, teatro, design, literatura, poesia e tantas outras coisas.

Paralelamente a este conceito de difícil caracterização, surge outro igualmente complexo: a religião. Para não complicar nem começar a divagar pela filosofia do assunto, achei melhor recorrer ao dicionário. Ora, segundo o Priberam, religião é o culto prestado à divindade; doutrina ou crença religiosa. É esta a definição que, para efeitos de interpretação das crónicas que aí vêm, vamos seguir.

Apesar da falta de limites palpáveis, deu para perceber que ambos os conceitos são difíceis de definir, e ambos são alvo de várias teorias filosóficas - logo aqui, já se começam a encontrar algumas semelhanças entre os dois!

Se é verdade que a arte nasceu quando o homem apareceu, parece ser igualmente verdade dizer que a religião surgiu ao mesmo tempo que o homem. Quase tão enigmática como a famosa questão "quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha?" surge uma outra questão: "quem apareceu primeiro, a arte ou a religião?". Podemos falar dos desenhos rupestres como as primeiras manifestações artísticas da humanidade, mas há historiadores que associam essas práticas a rituais espirituais, portanto a questão parece continuar sem resposta.

De qualquer modo, pouco importa saber se a arte apareceu depois da religião ou a religião depois da arte - a verdade é que durante largos séculos estas duas dimensões andaram de mãos dadas. 

Agora, vamos (tentar) perceber o como e o porquê!

Encontramo-nos na próxima crónica - Tudo começou de mãos dadas.

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