Depois de ter explorado o passado cultural da cidade deste último mandato na Autarquia do Porto, é altura de olhar para o futuro, e perceber o que é que os candidatos que participaram no debate do Porto Canal trazem à cidade em matéria de Cultura.
Para evitar que o texto ficasse muito extenso, optei por resumir as propostas apresentadas, apresentando sempre as devidas referências para, quem assim tiver interesse, poder consultar as fontes de toda a informação.
1. PORTO PRIMEIRO (Nuno Cardoso)
O candidato apresentou a sua proposta eleitoral, definindo 3 compromissos prioritários, não sendo feita nenhuma menção à cultura.
No entanto, o seu programa eleitoral dedica um capítulo à cultura, intitulado “Cultura e Património para Todos”, definindo 10 áreas proprietárias:
- Criação da Cidade das Artes Cénicas;
- Criação de centros culturais de bairro;
- Criação do Bairro das Artes
- Apoio direto e simplificado aos artistas e agentes culturais locais
- Revitalização de patrimónios históricos com uso cultural inclusivo;
- Valorização da cultura popular, tradições orais e festas de bairro;
- Promoção de festivais internacionais;
- Criação de circuitos culturais alternativas em escolas, mercados, praças e transportes;
- Reabilitação de coletividades e associações de recreio e cultura;
- Proteção de espaços culturais independentes;
2. FAZER À PORTO (Filipe Araújo)
Para Filipe Araújo “a cultura precisa de uma visão livre e independente”, acrescentando "foi isso que nos possibilitou chegar até aqui. Uma visão livre que quis promover a cultura, colocar a cultura no centro de um programa político”.
Numa publicação do instagram do movimento Fazer à Porto, a cultura é destacada como um dos 5 compromissos para a cidade:
No seu website, são apresentadas algumas propostas concretas
- Alargar o programa Cultura em Expansão;
- Incentivar redes de criação e programação que potenciem o impacto das grandes estruturas na cidade;
- Reforçar o apoio a pequenas salas e espaços culturais e experimentais espalhados pela cidade;
- Fortalecer a cultura nos bairros, associações e coletividades;
- Alargar benefícios do Cartão Porto para acesso a mais cultura.
O movimento “Fazer à Porto” assume compromissos a nível de cultura no seu manifesto eleitoral, como alcançar novos públicos, reeditar o Fórum do Futuro, expandir o programa de arte pública e investir na produção cultural.
3.Partido Socialista (Manuel Pizarro)
Para o PS, esta candidatura “reafirma o compromisso com um Porto culturalmente ativo, criativo e cosmopolita. Uma cidade que honra as suas raízes enquanto aposta no futuro”.
Na apresentação da candidatura, Manuel Pizarro destacou que quer uma “cultura que fale com a cidade e com cá vive, que seja motor de identidade, inclusão e desenvolvimento”, dizendo não querer “uma cultura de fachada”, mas sim uma “cultura viva, acessível e ousada”.
Numa publicação de instagram, o candidato apresentou as suas 13 propostas para a cidade, em matéria de cultura.
- Desenvolvimento do projeto de reabilitação do Palácio de São João Novo como casa do Museu do Porto;
- Lançamento do “Porto Independente” – um programa de financiamento a projetos culturais independentes;
- Redes de criação artística para residências temporárias ou de longa duração;
- Reabilitação e programação regular da Antiga Casa da Câmara;
- Desenvolvimento e expansão da Biblioteca Errante do Porto – uma rede descentralizada de 15 microbibliotecas temáticas na cidade;
- Criação do Festival da Palavra do Porto;
- Proteção e valorização do STOP enquanto centro de criação independente de Música;
- Proposta de transferência da gestão da Cadeia da Relação para o Município do Porto e novo enquadramento institucional para o Centro Português de Fotografia;
- Criação do Museu da Indústria – integrado no Museu do Porto;
- Execução qualificada da expansão e reabilitação da Biblioteca Pública Municipal do Porto e dos espaços culturais do Matadouro;
- Desenvolvimento do projeto de reabilitação da Quinta da Bonjóia e criação do NASONI- Centro Interpretativo do Barroco;
- Criação dos Caminhos do Romântico na zona oriental da cidade, e revalorização destes caminhos na zona ocidental;
- Criação de um Conselho Municipal de Cultura, organizado em secções especializadas, favorecendo uma maior representatividade, participação e auscultação regular de diferentes pontos de diferentes interesses e subsetores culturais e criativos da cidade.
Estes compromissos são desenvolvidos na sua proposta eleitoral.
4. O PORTO SOMOS NÓS (Pedro Duarte)
Na sua carta de candidatura, Pedro Duarte diz ter uma “visão de longo prazo para o Porto, que inclui investimentos significativos” em diversas áreas, nomeadamente na cultura.
Para o candidato, “a cultura não é um luxo – é uma necessidade”. Assim, a Cultura encontra-se no centro do projeto, transversal aos 10 eixos prioritários para a cidade.
No seu programa eleitoral, define 6 eixos de uma política cultural ética e 4 princípios de ação. Apresenta, ainda, várias propostas a nível de estratégia cultural:
- Investimento;
- Fundo municipal para artes performativas;
- Evento do livro e da Leitura;
- Museu da cidade;
- M-ODU: Antigo matadouro industrial do Porto;
- Espaços multidisciplinares de criação, exposição e espetáculos;
- Coliseu do Porto;
- Centro comercial STOP;
E, também, outras medidas culturais transversais, como a continuação da reabilitação dos equipamentos municipais, a criação de um gabinete de internacionalização cultural, a dinamização das igrejas da Baica e a incentivação da criação de uma rede sustentada de organismos e práticas culturais.
Para meu agrado, muito mais se podia dizer sobre as propostas de cultura destes 4 candidatos, bem como dos restantes.
Agora, é aguardar pelos resultados do próximo domingo e, depois, pela concretização de todas estas promessas!
M