O estranho conceito de tempo
Está a chegar ao final mais um ano e com ele chega também o peso da retrospeção do que veio e a prospeção do que virá. É inevitável: o fim de um ciclo traz consigo a vontade de olhar para trás e a curiosidade de vislumbrar o que nos espera daqui para a frente.
Mas neste balanço entre o que passou e o que se vai passar, o presente parece muitas vezes escapar. Afinal, como é que se mede o impacto de um ano inteiro?
Parece-me difícil compilar os últimos 365 dias num apanhado de experiências e aprendizagens. Quantas vidas é que couberam nestes últimos 12 meses? E de que maneira diferente passou o tempo por nós?
Do meu lado, tanto janeiro parece que foi ontem, como também parece que passaram mil anos desde então. Mas o tempo que passou - umas vezes a correr, outras mais lentamente - não precisa de ser o nosso inimigo.
Seja como for que queiramos olhar para o que aí vem, uma coisa é certa: o ano novo não tem de ter um peso insuportável. O calendário avança, mas a vida pode continuar leve. Podemos definir novos objetivos ou continuar a lutar para alcançar objetivos antigos. Não há data de validade para os novos desejos nem pressa de riscar itens de uma lista antes do relógio dar as 12 badaladas.
Ainda estamos aqui. Ainda há tempo.
Vai tudo (continuar a) correr bem.
M