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Designing My Dream Life

30 de Dezembro, 2024

O estranho conceito de tempo

Está a chegar ao final mais um ano e com ele chega também o peso da retrospeção do que veio e a prospeção do que virá. É inevitável: o fim de um ciclo traz consigo a vontade de olhar para trás e a curiosidade de vislumbrar o que nos espera daqui para a frente.

Mas neste balanço entre o que passou e o que se vai passar, o presente parece muitas vezes escapar. Afinal, como é que se mede o impacto de um ano inteiro?

Parece-me difícil compilar os últimos 365 dias num apanhado de experiências e aprendizagens. Quantas vidas é que couberam nestes últimos 12 meses? E de que maneira diferente passou o tempo por nós?

Do meu lado, tanto janeiro parece que foi ontem, como também parece que passaram mil anos desde então. Mas o tempo que passou - umas vezes a correr, outras mais lentamente - não precisa de ser o nosso inimigo.

Seja como for que queiramos olhar para o que aí vem, uma coisa é certa: o ano novo não tem de ter um peso insuportável. O calendário avança, mas a vida pode continuar leve. Podemos definir novos objetivos ou continuar a lutar para alcançar objetivos antigos. Não há data de validade para os novos desejos nem pressa de riscar itens de uma lista antes do relógio dar as 12 badaladas.

Ainda estamos aqui. Ainda há tempo.

Vai tudo (continuar a) correr bem.

04 de Dezembro, 2024

Gestão de Riscos

A metodologia utilizada na gestão de riscos é relativamente uniforme: reconhecer o risco em causa, determinar qual o evento que o potencia, avalia-lo com base numa matriz probabilidade vs impacto, decidir sobre o seu tratamento e, se se optar por o aceitar, aplicar medidas de mitigação para diminuir o nível de risco apurado.

Tenho trabalho com este tema e estou num nível tal de imersão que, outro dia, dei por mim a pensar - será que dá para gerir riscos na vida?

Qualquer que seja o risco que identificamos na vida, o evento associado é sempre o mesmo: estar vivo. Pois é, parece um cliché mas é mesmo assim: viver implica aceitar riscos.

Podemos cair no erro de achar que, na vida, eliminar riscos implica uma inação - ficar parado no tempo, deixar os dias passarem e não arriscar. Contudo, se formos pensar um pouco mais no assunto, apercebemo-nos que mesmo o não arriscar acarreta os seus próprios riscos. O não fazer nada, afinal, não elimina os riscos - apenas os transforma numa ameaça mais silenciosa, mas igualmente implacável.

Enquanto a gestão de riscos corporativos se foca na previsibilidade, na vida as variáveis são menos tangíveis - e a tão conhecida matriz não consegue mensurar o impacto de nunca tentar. E o que esta matriz não nos diz é que o maior risco não é o tentar, com uma determinada probabilidade de falhar - mas sim nunca ter, sequer, a coragem de começar. A coragem de arriscar.

não arriscar pode surgir como uma opção segura, mas é um caminho ilusório. O não fazer nada leva-nos a uma vida insossa, sem grandes desafios, é certo - mas também sem grandes emoções.

Se quisermos mesmo aplicar a metodologia de gestão de riscos à nossa vida, o foco devia estar em perceber qual o custo de não arriscar? E começar a partir daí.

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