Li um livro!
Ao crescer eu era o tipo de pessoa que lia imenso. Devorava livros a grande velocidade, e gostava imenso de o fazer. Ainda hoje, meus livros preferidos continuam a ser os mesmos de quanto tinha 13, 14 anos porque foram as histórias que me marcaram e que ainda hoje me dizem muito.
Entretanto, surgiram novas vidas e novas distrações e tenho de admitir que nos últimos 5 anos 90% dos livros que li foram calhamaços de Direito: doutrinas e divergências e análises e acórdãos. No meio de tantas páginas acaba por sobrar pouco tempo para leitura recriativa. E existem, também, outras ocupações que têm tirado precedente sobre isto da leitura como hobby.
No entanto, nos útlimos dois meses andei a dedicar parte do meu tempo à leitura de um livro-não-relacionado-com-a-faculdade: chama-se "Hábitos Atómicos" e se tivesse de apostar diria que está nas livrarias na secção de auto-ajuda.
Não sei até que ponto é que me auto-ajudei com esta leitura, mas aprendi uma coisa ou outra:
1. Sou (ainda) capaz de ler um livro do início ao fim - apesar de demorar mais tempo do que gostaria
Não é que nos últimos anos não tenha lido nada de nada, mas tenho de confessar que não me consigo recordar precisamente do último livro que li até ao fim - o que não será assim muito bom indicador. No meio de todas as tarefas que tenho e que quero fazer, lá fui encontrando bocadinhos livres para ler mais umas páginas.
2. Pequenos progressos também são bons progressos
O autor dá um exemplo engraçado para ilustrar isto: um aumento de 1 grau não faz diferença num cubo de gelo entre os -5 e os -1 graus, mas o mesmo aumento de 1 grau de -1º para 0º é suficiente para fazer o gelo derreter. Não podemos monesprezar as pequenas evoluções de 1% que vamos fazendo diariamente - elas vão-se somando e levam a um grande resultado.
3. Os nossos hábitos são facilmente manipuláveis
Ao longo do livro, o autor apresenta-nos uma série de "leis" que são fundamentais para mudar o nosso comportamento: tornar o hábito evidente, atrativo, fácil e gratificante. Se soubermos o método certo - e com certo refirmo-me ao que resulta para nós, e não uma solução "universal" - conseguimos criar os hábitos desejados. É engraçado pensar como, se quisermos, conseguimos manipular o nosso cérebro sem ele perceber que está, de facto, a ser enganado.
4. A nossa personalidade não está gravada em pedra
Esta foi, sem dúvida, a minha lição preferida retirada desta livro. Todos os dias, somos confrontados com uma série de escolhas que nos permitem afastar ou aproximar da pessoa que queremos ser. E a melhor parte é que somos nós a fazer essas escolhas - somos nós que definimos os nossos hábitos e estamos assim, a longo prazo, a decidir as pessoas que queremos ser.
Não decidi que agora vou ser (de novo) a pessoa que lê - não criei o hábito da leitura, nem é uma prioridade minha neste momento. Ainda assim, gostei muito deste livro e de toda a experiência de leitura à volta dele - despoletou muitas conversas interessantes, temas de auto-reflexão e até me deu uma ideia ou outra para o blog! (E já sabemos que ando sempre à procura de inspiração!).
M