A arte tem evoluído ao longo do tempo, adaptando-se às preocupações sociais e gostos do momento, acompanhando o desenvolvimento dos materiais e das técnicas.
Também a atitude das pessoas perante a arte alterou ao longo dos séculos. As pinturas que agora têm um valor imensurável, facilmente passavam despercebidas quando foram criadas. Os pintores que agora são estudados e apontados como génios do seu tempo eram menosprezados e incompreendidos. O que agora vale milhões não valia ao seu autor umas moedas que fosse, e muitos deles viviam na pobreza, rodeados de arte como meio de escape da sua própria cabeça.
Os museus estão agora cheios de pessoas ansiosas para apreciar os quadros lá expostos, e em altura alguma os seus artistas imaginavam a importância e ovação de que agora são alvos. As suas obras de arte são estudadas, admiradas e uma razão de orgulho da cidade que tem as sorte de as guardar.
Temos acesso a peças do século XV, e algumas até mais antigas que isso. É incrível como a obra de arte chegou até nós e como, passados tantos anos, as reconhecemos como grandes símbolos da época.
Adoro visitar museus, perder-me nos corredores e explorar o mundo que outra pessoa criou (e o mundo no qual essa pessoa viveu). Infelizmente, o nosso país não é um centro de grandes coleções como Paris ou Viena, mas alguém surgiu com uma solução: são as experiências imersivas, organizadas pela Fever Up. Trazem a arte inacessível dos museus caros, longínquos e com corredores longos, para um mundo próximo de todos.
Já tive o prazer de visitar 3 destas exposições temporárias, que ocorrem na Alfândega do Porto. Estas experiências fazem uma coisa espetacular: permitem que a arte ganhe Vida. Durante meia hora, somos convidados a viver, submersos, no mundo imaginado por pintores de renome.
É incrível ver as pinturas famosas que vemos nos livros ou que já tivemos a sorte de ver "ao vivo" ganhar toda uma nova dimensão. Os Girassóis de Van Gogh giram virados para o sol, os esquiços do corpo humano de da Vinci ganham vida, e os campos incríveis pintados por Monet acompanham o movimento do vento. Vemos os deuses do famoso teto pintado por Michelangelo a interagirem uns com os outros, a Noite Estrelada a surgir no horizonte e as campo e o famoso Beijo de Klimt a desenrolar-se à nossa frente.
A par desta projeção, uma banda-sonora cuidadosamente escolhida acompanha-nos nesta viagem para um sítio que existiu no plano das duas dimensões e passa a existir num mundo novo. Somos convidados a olhar para o que já vimos com olhos diferentes
Atualmente, as exposição que estão a decorrer são Impressive Monet & Brilliant Klimt, e Living Van Gogh. Não consigo escolher qual das duas mais gostei, portanto experimentem e tomem a vossa decisão :)
Apesar de sentir que não há palavras que façam jus a esta experiência, deixo-vos umas: deixem-se mergulhar nesta nova arte que ganhou vida. Vale mesmo muito a pena.
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