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Designing My Dream Life

05 de Junho, 2023

É o que é

É o que é.

Esta expressão pressupõe um certo nível de aceitação fádica das coisas. Renega e torna desnecessário qualquer esforço que pretenda alterar o curso do destino a que, tacitamente, admitimos estar sujeitos quando da boca nos sai um deixa estar, é o que é

Acho que ainda acarreta um certo nível de desculpabilização pelo decorrer dos acontecimentos - não foi como queríamos? É o que éNão era para ser.

Em várias situações da vida, a postura ideal a adotar será mesmo esta de aceitação e resignação, transmitida pela curta expressão é o que é. E não há mal nisso. Até certo ponto, acredito ser q.b. saudável adotarmos esta perspetiva. 

Por mais desconfortável e indesejável que seja, chega a altura de aceitarmos a realidade: há realmente coisas que fogem do nosso controlo, e temos de aprender a lidar com isso. 

Não podemos é deixar que esta resignação seja em demasia: é preciso desenhar a linha entre o que é e o que, se calhar, podia não ser o que é. É importante encontrar esse espaço e lutar por ele - porque já se sabe: se não formos nós a lutar, mais ninguém será.

M

02 de Junho, 2023

Um ser de hábitos

Dizem que o ser humano é um ser de hábitos. Sinto que facilmente conseguimos justificar isto, sem necessidade de ir pegar nas grandes encicolpédias da sociologia e psicologia: há uma tendência natural de procurar por estabilidade e previsibilidade. Queremos saber com o que contar, e os hábitos dão-nos essa possibilidade, porque nos permitem criar uma estrutura no meio do que pode, por vezes, ser o caos. 

O mais engraçado de tudo é que criamos estes hábitos quase sem pensar no assunto, acabam por se tornar em pequenas ações que repetimos automaticamente. Por exemplo, há uns tempos comecei a ir para uma Biblioteca Pública estudar. No primeiro dia, aleatoriamente abri um cacifo, pousei lá as minhas coisas, subi as escadas e escolhi um lugar na sala. Agora, sempre que vou lá utilizo esse mesmo cacifo e sento-me sempre na mesma cadeira. Faço isso quase sem pensar no que estou a fazer, e a parte de mim que procura conforto e segurança não gosto quando chego à sala e o meu lugar está ocupado por outra pessoa.

Por vezes, vamo-nos aperceber que nem todos os hábitos que (por vezes sem querer) adquirimos são benéficos para a nossa vida. E é nessa altura que se nota bem que o ser humano, para além de ser um ser de hábitos, é também um ser que resiste à mudança. Queremos continuar a fazer as coisas da mesma maneira que temos feito até agora. E porquê? Porque a mudança consegue ser assustadora, e porque não queremos perder o controlo.

Somos seres de hábitos, mas também somos dotados de uma mente flexível que consegue ser trabalhada. Conscientemente, conseguimos mudar as nossas vidas através de pequenas escolhas conscientes e intencionais. 

Dizem que são os hábitos que temos diariamente que determinam o nosso futuro -  e é com base nisso que conseguimos trabalhar no presente para sermos a pessoa que queremos ser. Mas até que ponto é que os hábitos realmente nos definem?

A verdade (bonita) é que somos mais que um simples produto dos nossos hábitos - ou, pelo menos, no abstrato, conseguimos ser.

M

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