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Designing My Dream Life

11 de Janeiro, 2023

Quando o sol se põe

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Com o fim do meu ERASMUS a aproximar-se, não consigo evitar senão pensar em como tudo começou.

Demorei dois dias a chegar ao meu destino, devido a um voo cancelado e outro desviado pelo nevoeiro. Nesses dois dias estive em 4 países, apanhei 2 aviões, 1 camioneta e três comboios. Parece que vim para algum lugar distante e inacessível, mas não. O destino final foi a bonita e verde cidade de Liubliana, a capital da Eslovénia. 

O segundo comboio que apanhei levou-me de Trieste até à fronteira de Itália com a Eslovénia e permitiu-me ver, pela primeira vez, o Mar Adriático, ainda que com alguma distância.

A certa altura, todos os passageiros começaram a olhar para a janela do lado direito, porque nada mais importava sem ser apreciar aquele pôr-do-sol tão bonito sobre o oceano. Esse pôr-do sol marcou não só o fim daquele dia, como também o fim dos meus longos e intensos dois dias de viagem. 

Há uma certa conotação negativa associada ao final das coisas. Mas um fim implica sempre um início, e um início é, muitas vezes, o começo de algo bonito. Uma experiência termina, abrindo portas a novas e melhores oportunidades de aventura. O sôl põe-se e dá lugar à possibilidade de um belo céu estrelado. 

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O início que eu tive depois deste pôr-do-sol compensou todos os imprevistos dos dois dias anteriores. Aquele fim foi o início de uma bela viagem.

É clichê, eu sei, mas todos os pôres-do-sol me fazem pensar em como os fins podem ser coisas bonitas. E depois do fim o que é que sobra? O início de tudo.

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10 de Janeiro, 2023

Inspirar e não pirar

M

No seguimento da última publicação sobre criatividade, achei interessante desenvolver um pouco o tema da inspiração, uma vez que estes dois conceitos estão tão intrinsecamente ligados.

Uma das maneiras de potenciar a criatividade é, precisamente, procurar (propositadamente ou não) por inspiração. Esta pode ser uma tarefa frustrante, uma vez que encontrar o que procuramos pode demorar. O ditado a prática leva à perfeição adequa-se, de certo modo, aqui também. Podemos - e diria até, devemos - treinar a nossa mente para reconhecer a inspiração quando ela aparece e, de certo modo, aprender a abraçá-la.

A busca intencional por inspiração parte do pressuposto de que sabemos o que é que realmente nos inspira. Uma boa maneira de descobrir é fazermos o exercício constante de nos questionarmos "de onde veio esta ideia que acabei de ter?".

Essa foi uma reflexão que já fiz e que venho, agora, partilhar.

   1. Pinterest

Esta famosa rede social é, sem dúvida, uma das minhas maiores fontes de inspiração. A base de dados da aplicação tem milhares de fotografias dos mais variados temas, que se encontram com apenas um clique.

Sempre que pretendo procurar mais sobre um determinado assunto abro a barra de pesquisa e mergulho na quantidade infinita de fotos que lá estão disponíveis. Neste processo, é comum uma foto despoletar a minha imaginação, fazendo-me lembrar de outras ideias que já tive e interligo-as todas. Nasce, assim, uma nova ideia. 

Este processo de associação que o nosso cérebro é capaz de fazer entre coisas que, à partida, nada se assemelham umas às outras é muito interessante. E é aqui que nos apercebemos de que a máxima o conhecimento não ocupa lugar faz, realmente, sentido. 

 

   2. Loja dos chineses

Admito que esta minha fonte de inspiração possa parecer inesperada mas, por algum motivo, resulta comigo, principalmente quando preciso de ideias de como executar algum trabalho manual.

Muitas vezes sei que trabalho manual quero executar, mas não sei como o executar. Aí, o simples passeio pelos corredores da loja dos chineses cheios de tintas, carimbos, pincéis e outros materiais artísticos é suficiente para me originar uma solução.

 

   3. Diálogo (ou, admito, Monólogo)

Pedir ajuda foi um dos pontos mencionados na publicação anterior sobre como potenciar a nossa criatividade. Para mim, o mero ato de explicar a alguém o problema que tenho em mãos - que será, normalmente, um impasse no processo criativo - é solução quase certa para o resolver. 

Claro que também gosto de debater ideias e receber opiniões, mas admito que na maior parte dos casos apenas expôr o problema é suficiente para me fazer avançar.

 

Por outro lado, se esperarmos que a inspiração simplesmente nos encontre temos que estar preparados para a receber. Isto é, a busca não intencional por inspiração requer uma atenção especial ao que nos rodeia. A famosa diferença entre verobservar.

Situações do dia-a-dia podem, por exemplo, ser uma excelente fonte de inspiração para a resolução de algum problema. Só temos que estar dispostos a apercebermo-nos disso.

A propósito desta temática lembrei-me de uma frase atribuida a Henri Matisse:

Não esperes por inspiração. Ela vem enquanto trabalhas.

 

Seja de uma maneira ou outra, uma vez inspirados é altura de pôr mãos à obra. Nesta fase é importante distinguir a inspiração da cópia. Podemos, e devemos, recorrer a todas os meios de inspiração, seja qual for a sua fonte. Ceder à facilidade da cópia pode ser tentador, no entanto, é crucial focarmo-nos na autenticidade das nossas ideias. 

 

Para terminar, deixo uma imagem de um quadro de Matisse, intitulado Le bonheur de vivre (A alegria de viver).

Espero que encontrem inspiração nos sítios mais inesperados! E se ela demorar a chegar... não pirem!

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O Homem e a Natureza em "A Alegria de Viver" de Matisse

 

07 de Janeiro, 2023

Ir e voltar

M

Uma vantagem inegável da Eslovénia é a sua localização geográfica e fronteira com 4 países e com o Mar Adriático. A dimensão do país - aproximadamente 20 mil km² - e a sua boa rede rodoviária permite, num só dia, ir e voltar a diferentes cidades. Aliás, o seu slogan enfatiza precisamente isso - Europe within a day (Europa num dia).

Nos últimos 3 meses tive a oportunidade de, num só dia, descobrir várias locais, não só dentro do país como também em Itália, Croácia e Áustria.

Hoje, fui e vim a Maribor, a segunda maior cidade da Eslovénia, com cerca de 148 km². É pequena e pouco tem para ver. Não é um destino turístico que aconselho visitar num passeio a este país que tanto tem para oferecer.

Contudo, há uma certa beleza escondida neste tipo de sítios. Como não há a pressa de ver tudo (porque, sendo sincera, muito pouco há para ver), os detalhes passam a atrações principais - como o rio com cisnes que não aparece em mapa nenhum.

Sem a correria de querer cumprir o roteiro turístico, podemo-nos dar ao luxo de não usar GPS, ou sequer mapa, e apenas seguir pelas ruas que, ao longe, mais bonitas parecem. Também a importância da companhia ganha toda uma nova dimensão. É bom passear em silêncio e absorver a cidade, mas quando duas ou três respirações são suficientes, com quem estamos conta mais, e das três horas que passei na cidade uma foi só a rir e a falar num tom de voz demasiado alto para o que é aceitável num café.

Não estou, de todo, a tentar romantizar esta ida e volta. Já muitas pessoas me tinham dito que não valia a pena ir a Maribor, eu só quis ir confirmar com os meus olhos. Sem dúvida que prefiro cidades com cultura e arte, ou então cercadas por uma paisagem natural incrível. Apesar disso, a verdade é que consigo reconhecer as vantagens deste tipo de dias.   

   

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O que fazemos quando não temos nada para fazer? Para o que olhamos quando o Google nos diz que um dos pontos turísticos é o centro comercial?

Boas leituras!

M

 

Para mais informações sobre Maribor podem consultar o website da cidade - https://www.visitmaribor.si/en/

 

 

 

06 de Janeiro, 2023

ob·je·ti·vos

M

Para mim, o ano costuma começar em setembro. É nessa altura que compro uma agenda e paro para pensar no que quero fazer. Acho que com muitas pessoas acontece o mesmo, muito provavelmente porque a setembro antecede um tranquilo e solarengo período de férias que incita o pensamento crítico. 

ERASMUS foi quase isso - um tranquilo e solarengo período de férias - com a exceção do sol e com o pequeno pormenor de que pelo meio tive de fazer uns trabalhos e estudar para uns testes. 

Apesar das responsabilidades escolares, a verdade é que tive a oportunidade de refletir sobre onde estou, para onde quero ir, como estou e como gostava de estar - por mais cliché que isso possa soar. 

Toda a minha pesquisa sobre como estabelecer bons objetivos e realmente os cumprir ensinou-me que o primeiro passo é perceber o que queremos atingir, e depois refletir sobre como podemos chegar lá.

Uma boa ferramenta para avaliar a qualidade dos nossos objetivos é o acrónimo SMART, que determina que qualquer objetivo deve ser específico (specific), mensurável (measurable), exequível (achievable), relevante (relevant), e com prazo definido (timely). 

Por um lado, o objetivo tem que ser específico e claro, por oposição a demasiado amplo e pouco concreto. Para além disso, deve ser possível medir o progresso da realização desse objetivo, isto é, deve ser mensurável. Um exemplo simples e prático: em vez de dizer "em 2023 vou poupar dinheiro" dizer "em 2023 vou poupar a quantia de x euros". 

De seguida, o objetivo deve ser exequível. Não basta definir o objetivo, é ainda preciso definir um plano de ação para o atingir, e refletir sobre se é algo efetivamente possível de completar. Pode haver alguma restrição a nível financeiro ou temporal, por exemplo. 

Por outro lado, o objetivo tem que ser relevante, no sentido em que se alinha com não só com a visão geral que pretendemos atingir como também com os outros objetivos. Por fim, é crucial determinar um prazo - realista - no qual se pretende cumprir o objetivo. 

Quando chegou a altura de parar e refletir sobre os meus objetivos, dividi-los por áreas provou ser uma boa maneira de não me esquecer de nada. Vou, então, partilhar alguns dos meus objetivos para 2023, fazendo já a ressalva de que nem todos seguem a estrutura SMART que mencionei.

 

💭 Pessoal:

  • Ter (fazer) tempo para os meus hobbys;
  • Cumprir com a minha rotina de cuidados de pele e cabelo;
  • Focar-me nas coisas positivas;
  • Treinar consistentemente;
 
💭 Financeiro:
  • Registar as minhas despesas;
  • Fazer compras ponderadas;
 
💭 Universidade:
  • Planear o meu estudo antecipadamente;
  • Manter os resumos das aulas atualizados;
  • Estagiar na área de Gestão/Economia no Verão;
 
Para terminar, deixo uma frase que descobri há uns meses e não me saiu da cabeça:
As pessoas não determinam os seus futuros, mas determinam os seu hábitos. E esses hábitos determinam o seu futuro.
 
Espero que esta publicação vos tenha inspirado a refletir sobre os vossos objetivos e, mais do que isso, a persegui-los! Não é preciso ser Janeiro nem segunda para implementar uma nova rotina ou hábito, mas o novo ano pode dar aquela motivação extra que alguém procura :)

 

 

Bom ano 😎
M
06 de Janeiro, 2023

Estamos em 2023... porquê um blog?

M
Tudo começou como uma brincadeira, mas rapidamente me apercebi que podia passar disso. Porque não criar mesmo um blog e partilhar algumas partes da minha vida? Isto do livre arbítrio tem muito que se lhe diga.

Como ávida consumidora de conteúdo achei que chegou à altura de começar a criar o meu, numa versão pessoal e longa. Sim, eu sei que um blog era o que se lia em 2010, mas este formato cativou-me na medida em que é possível publicar texto e anexar imagens ou vídeos. 

 

O título deste blog - designing my dream life - é uma referência a um projeto muito pessoal que desenvolvi enquanto estava de ERASMUS, no qual desenhei todos os aspetos da minha vida ideal com o intuito de a começar a viver. No fundo, e quase sem me aperceber, este blog acaba por colmatar alguns desses objetivos, nomeadamente os que se prendem com o contacto e dinamização do meu lado mais criativo. 

Falaremos disto mais tarde, mas estes meses fora do conforto da minha vida como sempre a conheci fizeram-me descobrir muito sobre mim. No meio de toda esta epopeia de descobertas percebi que sou uma pessoa inatamente criativa, e pretendo potenciar esta criatividade de uma maneira mais intencional. 

 

Com o designing my dream life abro a todos os leitores uma frinchinha das portas à minha vida, na esperança que seja uma boa fonte de inspiração e debate, ou então apenas de entretenimento.

 

Bem vindos e boas leituras! 💛

M

 

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