Sequelas da Pandemia - Colagens #0
Como aconteceu a muita gente, quando dei por mim fechada em casa devido à pandemia do C*vid tive de arranjar maneiras de me entreter. Tinha aulas online, continuava a ter de estudar e até exames à distância fiz. Contudo, apesar de tudo isto, sentia que precisava de mais.
É certo que o confinamento não foi fácil para muita gente, e eu não fui a exceção. A melhor maneira que encontrei de expressar todos os meus sentimentos e pensamentos foi a fazer colagens com recortes de diferentes jornais e revistas. Encontrei um caderno antigo onde na primeira página os meus pais escreveram:
Feira do Livro 2008
Para a M.
A primeira colagem de todas não fez sentido, eu não tinha nenhum tema em mente nem pretendia contar nenhuma história, colei só recortes aleatórios. Chamei-lhe Temos sempre de começar por algum lado.
À medida que ia fazendo mais colagens comecei a aperceber-me do meu estilo preferido e de todas as possibilidades infinitas que tinha em mãos. Passados 3 anos, continuo a sentir uma necessidade constante de ir reinventado o processo.
De uma maneira mais ou menos subtil, todas as colagens pretendem transmitir uma história. As peças não são, de todo, autobiográficas, mas reconheço que a minha vida e experiências têm um peso na mensagem (mais notório e significativo numas colagens que noutras, é certo). Neste ponto levanta-se uma questão interessante - será que dá para separar a arte do artista? Fica a nota para reflexão.
Mesmo agora, já sem c*ovid nem confinamento, continuo a fazer colagens e este continua a ser um dos meus hobby preferidos. Confesso que muitas vezes com a correria e responsabilidades do dia-a-dia não me sobra paciência nem criatividade para me dedicar a isto. Um dos meus objetivos para este ano é precisamente arranjar tempo para estas atividades que me dão prazer e desenvolvem a criatividade, e isso de arranjar tempo poderá passar precisamente por marcar tempo na agenda para isto, da mesma maneira que marco o tempo para estudar ou ir a uma consulta.
Adoro ir a museus, mas não gosto nada quando encontro o retângulo branco no canto inferior direito da obra se lê: Sem título. Por causa disso, dei um nome a todas as minhas colagens. Algumas estão, também, acompanhadas por um pequeno texto que contextualiza a peça.
Nas próximas semanas, vou partilhando por aqui algumas das minhas colagens preferidas que espero, genuinamente, que gostem!
Estou entusiasmada por fazer esta partilha porque ainda não tinha encontrado a plataforma ideal para partilhar as minhas colagens mas já há muito que o queria fazer, e agora sinto que este meu blog é o espaço ideal.
Se quiserem ter a certeza que não perdem nenhuma publicação , subscrevam o blog :)
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